Mais um ano acabando… mais uma vez aquela sensação ruim no estômago…

Cada vez mais vejo que trabalhar com instituições de ensino é ser sempre boicotado, tolhido, exigido a fazer trabalho que na verdade não é seu…

A nossa paixão por ensinar, ver os olhos de outros seres humanos brilhando com a descoberta do conhecimento, muitas vezes faz tudo valer a pena.

Mas no fim de um processo, acabamos verificando que lutamos um ano inteiro para sermos questionados sobre aquilo que estamos fazendo, sem o menor apoio… e ainda mais, para fechar com chave de ouro, percebo o boicote, inveja, maledicência…

VALE MESMO A PENA? Me pergunto…

Mas o ano está acabando, no ano que vem, vamos estar todos morrendo de vontade de voltar…

Idealistas ou Burros mesmo!!!!

Já faz bastante tempo que não posto nada aqui…

Andei bem envolvido com as TICs e, no fim das contas percebo mais uma vez que, independente da iniciativa individual, vamos precisar de um tsunami para conseguir mover ou de-mover mesmo que um pouco as velhas formas de educar na escola…

Porquê digo isso?

Simples, em uma conversa dessas de bar ouvi: É com educação que se resolve um país, escolas de qualidade com professores de verdade! Bem não é que eu discorde disso, concordo, mas na verdade estamos esquecendo que a educação vem de berço também não é mesmo?

Acredito que estamos passando por uma crise de família bem maior do que uma crise educacional, o que falta muito também é pai e mãe, ali, ao lado, fazendo aquela fala constante e extremamente cansativa com os filhos, que parece não ter efeito nem um…

Acabei de falar pra limpar o pé antes de entrar…

Onde está a palavrinha mágica por-favor!

E aquela outra, obrigado!?

Não vai agradecer o presente?

Peça desculpas pelo que disse ou fez de errado…

Tenho verificado que, alunos que tem este tipo de tratamento em casa são alunos melhores, não melhores em nota necessariamente, mas em outra coisa, melhores em ser gente, são pessoas legais  além de bons alunos, pequenos projetos de vida de uma família que realmente colocou a própria família em primeiro lugar ou nem precisa tanto, pode ser em um lugar de igualdade com a carreira, o dinheiro, e tantas outras coisas que fazem a gente tirar o foco de onde realmente deveriamos estar, talvez por uma dificuldade em… em… ser gente, ser gente e entregar ao outro o que o credit-card não compra! Nosso amor carinho e afeto, e mais ainda, nossa experiência de vida, nossas derrotas assim como nossas vitórias, mas com aquele grande e verdadeiro AMOR!

Viagem? Pode ser, mas conhecendo mais a fundo os pais, entendemos muito dos filhos…

Essa turma de fotografia de pais está realmente valendo a pena, obrigado a todos por ela, especialmente à Leticia, companheira de todas as horas, boas e ruins!

Abrax a todos e até

Qual o motivo e como poderíamos utilizar as TICs na Aprendizagem?

As TICs são tecnologias de informação e comunicação, nossos alunos e até nós mesmos utilizamos algumas para compartilhar as fotos do feriado, um pensamento bonito, um vídeo “da hora” e assim por diante… mas o que isso tem a ver com Aprendizagem, digo aprendizagem e não ensino pois ensino já parece um conceito meio ultrapassado como chega até nós hoje.

Voltando ao assunto, dou um exemplo de como isso poderia funcionar, na minha opinião…

O módulo de fotografia se utilizou das TICs como meio facilitador de aprendizagem e organização de conteúdos, de uma olhada. Agora criamos um novo blog que centraliza o percurso de todos os módulos.

A simultaneidade desses meios proporciona um campo expandido de tempo e espaço onde a presença do aluno pode se dar em vários momentos além do período escolar, revendo ou acrescentando novos conteúdos que podem ser coletados de formas variadas na própria rede. O aluno passa de “ser passivo” na aprendizagem para “ser ativo” decidindo seu próprio percurso até o conhecimento, podendo depois compartilhar isso na rede, gerando uma aprendizagem coletiva e autônoma, tendo os próprios alunos a autoria do percurso educacional.

O currículo se torna então flexível e individualizado, mas sempre dentro de um mesmo foco e tendo o professor como mediador e facilitador desta busca, verificando a qualidade das informações coletadas e produzidas, organizando os conteúdos e compartilhando as maneiras mais eficientes de se chegar aos mesmos bem como fomentando novos caminhos baseado na leitura que faz do percurso dos alunos. Com isso o momento de aprendizagem deixa de ter um limite na aula preparada, e ganha o mundo em tempo real, e toda essa experiência fica registrada como em um caderno de anotações com infinitas folhas de conhecimento que não precisam estar todos dentro da cabeça, mas sim bem organizados para podermos busca-las quando necessário.

Essa experiência deu muito certo e acho que serve de exemplo para vermos que já sabemos o que fazer, mas na verdade como não somos nativos digitais temos dificuldade de integrar conhecimento desta maneira, tão informal, aos nosso trabalhos diários.

Gente e eu garanto, no final tem-se um material organizado, bonito e disponível, que serve como registro vivo do percurso!

Ano novo, vida nova, tudo novo… esperando na biblioteca do colégio até as 4 da tarde, uma reunião.

Faz parte do trabalho, mas, acredito que essas reuniões poderiam (e deveriam) ser muito mais objetivas, e que ao final de cada uma delas, a gente tivesse bem claras algumas ações a tomar, metas a cumprir e datas para isso… tudo acaba ficando muito vago, e como bons professores que somos adoramos falar e contar de nossas experiências, daí então que a coisa degringola de vez… Hahahahaha!

Um beijo a todos e até… a próxima reunião!

Estava agora a pouco comentando o forum do site  http://www.artenaescola.org.br (vale uma olhada, é bem legal) e gostaria de colocar também aqui uma questão tão arraigada em nossa sociedade, a de que o Artista (note com “A” maiúsculo) é quase um Deus, inspiração divina e tudo isso…

Não discordo, os grandes trabalhos de arte e artistas da humanidade parecem realmente tocados por Deus, mas se voltarmos um pouco na história veremos que esta noção de artista divino foi criada na renascença, onde até então a pessoa que trabalhava com arte era tida então como artesão. Veja bem, o que isso tem a ver com o resto?

Bom acredito eu que a forma com que a arte está inserida hoje na escola vem diretamente daí, colocando a arte e os artistas em um lugar, divino e acima de todos, e os alunos e professores em outro. Assim como poderemos ter a importância devida dentro da escola se já nos colocamos nessa posição como pré-suposto? Aulinhas de técnicas de pintura e cópia de obras de arte é tudo que nos resta…

Pensando em tudo isso, vejo na arte contemporânea e na arte conceitual (essa última que vem já desde a década de 20 diga-se de passagem…) uma forma de tirar essa capa hermética que envolve a arte e os artistas e nos inserir de cabeça nesse mundo.

Todos podemos fazer arte, ser artista é um estado de espírito e não uma dádiva divina.

Falei tudo isso pra dizer, na verdade, que a arte conceitual e a contemporânea deveriam ter um papel fundamental na educação, por quê em outras áreas do conhecimento sempre se busca o mais novo, as novas descobertas, novas tecnologias, e em arte temos que viver olhando somente para o passado????

Tá na hora de olhar pra frente!!!!!!

Hoje, mais uma vez, tive que organizar conteúdos para meus alunos… sempre o mesmo questionamento… sempre a mesma dúvida…

Depois de terminada a tarefa de decidir o que eles irão aprender, que técnicas, que artistas, que movimentos e até o que vão produzir, fui para o curso de arte conceitual com o artista Akira, de S.J. Campos e veja só que no meio do papo ele coloca uma luz sobre o meu sofrimento! Mais ou menos isso:

“Ainda estamos muito presos em achar que arte é desenho, pintura… e olha que desde a década de 20 já se questiona isso”

Simplesmente resumiu toda a minha crise… é como dar apostilas para pessoas que nasceram buscando conteúdo no google!!!!

Nem uma solução imediata, mas já da pra dormir essa noite!

Bom dia pessoas, este ano, em parceria com minha esposa, iniciamos um trabalho de fotografia com dois grupos de alunos, um de 6º e 7º e outro 8º e 9º.

A ideia era criar um grupo de estudos, sem a característica de uma aula tradicional.

Usamos um blog e o flickr para criar uma interatividade diferente entre nós e os alunos e entre os próprios alunos.

O resultado foi muito bom, vale a pena dar uma olhada!

Segue o lik, clicando nas exposições pode-se ver o trabalho dos alunos no flickr.

http://grupocapture.wordpress.com

Em nova fase, nova vida, novo tudo, venho aqui colocar o trabalho feito, sobre o currículo de arte. (abrirei outra página, acho que fica mais fácil assim)

Aqui segue a lista de conteúdos por mim escolhidos para os 9 primeiros anos de um ser humano dentro de uma escola, na matéria “arte”. (nao gosto da palavra disciplina)

Que responsabilidade… espero que sirva para algo ou alguém!

Forquin (1993, p.16):

[…] a educação escolar não se limita a fazer uma seleção entre os saberes e

materiais culturais disponíveis num dado momento; ela deve, também,

para torná-los efetivamente transmissíveis, efetivamente assimiláveis às

jovens gerações, entregar-se a um imenso trabalho de reorganização, de

reestruturação, ou de ‘transposição didática’. Ocorre que a ciência do

sábio, assim como a obra do escritor ou do artista ou o pensamento do

teórico, não é diretamente comunicável ao aluno: é necessária a intercessão

de dispositivos mediadores, a longa paciência de aprendizagens metódicas

(as quais não conseguem se livrar das escoras do didatismo), a elaboração

de todos os elementos de saberes ‘intermediários’, que são tanto imagens

artificiais quanto aproximações provisórias necessárias.


Acho difícil não colocar os pequenos em contato com as peças reais… (principlamente em arte)
Temos que ter cuidado para não cair no reducionismo, o contato com o real deve ser incentivado, a interpretação do aluno vai se dar de acondo com a sua ZDP (zona de desenvolvimento proximal, Vigotsky), a função do professor deveria ser, a meu ver, selecionar um conteúdo dentro da ZDP de seus alunos, auxiliar nas reduções, reestrutarações e aproximações próprias dos pequenos, e não trazer conteúdos reduzidos para a sala.
Mesmo que a interpretação do aluno seja reduzida e equivocada, o professor deve ter a função de mostrar que, conforme vivemos e aprendemos, podemos e devemos mudar de opinião, entender as coisas de maneira diferente, e com isso sempre repensar nossos valores, conceitos e atitudes, inclusive com relação a saberes e conteúdos ditos “escolares”.

O desafio para este ano, como coordenador de Arte, é construir a verticalidade no estudo de arte, ou seja, fazer um currículo…

Mas como construir algo que garanta o mínimo e possibilite o máximo para os estudantes independente da formação de cada professor envolvido diretamente com o trabalho de sala de aula?

Garantir a diversidade no grupo de alunos e também no grupo de professores…

Garimpando a net achei dois artigos muito interessantes:

http://www.culturainfancia.com.br/docs/curriculonarrativaseimagens.pdf

https://www6.univali.br/seer/index.php/rc/article/viewFile/820/671

Ultimamente quanto escuto pessoas discutindo o futuro da educação me pergunto: quando vamos parar com isso e, pelo menos, fazer uma educação conectada com o presente?

Quem nunca teve problemas com o mundo virtual? Um arquivo perdido, um computador que trava, problemas em enviar e receber e-mails ou até mesmo um celular fora de área? Estar desconectado da rede virtual, muitas vezes nos impede de agir no mundo real. Boa parte dessa nova realidade dá-se pela rapidez e quantidade de conexões que se fazem necessárias para que possamos navegar no crescente mar de informação disponível. Nossa capacidade de fazer as conexões corretas para transformar essa informação em conhecimento se faz muito importante.
Nas escolas, temos muito presente a informática, e nos orgulhamos de mostrar a “sala de tecnologia”. “Damos muita importância para as novas tecnologias” é o discurso mais freqüente, mas, quando perguntamos qual o real tratamento que é dado a este momento dentro da grade curricular percebemos que o enfoque é de apenas mais uma ferramenta e não como linguagem, como deveria ser tratada.

Nossa forma de educar foi criada em conventos, e aprimorada na revolução industrial, não vejo porque, depois de tantas transformações no mundo e na sociedade ainda insistimos neste modelo ultrapassado e incrivelmente ineficiente de educação.

Qualquer empresa que tivesse um resultado como o de nossas escolas fecharia suas portas em menos de um ano…